Nairóbi, 19 de fevereiro de 2024 – O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) divulgou hoje seu Relatório Anual (2023), que detalha o trabalho da organização no ano passado para fornecer ciência e soluções fundamentais sobre a tripla crise planetária, convocar e apoiar negociações ambientais, sediar acordos ambientais multilaterais críticos, trabalhar para alinhar o financiamento com os processos globais e apoiar os Estados-Membros a cumprirem seus compromissos.
Em 2023, antes do início da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP28), análises do PNUMA – o Relatório sobre a Lacuna de Adaptação, Relatório sobre a Lacuna de Emissões e Relatório sobre a Lacuna de Produção – colocaran em foco a escala da crise climática e ofereceram aos formuladores de políticas um conjunto de soluções.
Um grande destaque para o PNUMA em 2023 foi a inovação Sistema de Alerta e Resposta ao Metano, que rastreou as principais liberações do potente gás de efeito estufa das instalações de petróleo e gás. Desenvolvida pelo PNUMA e parceiros, a primeira iniciativa do tipo usa dados de satélite, aprendizado de máquina e outras técnicas de ponta. Em 2023, ela notificou empresas e governos sobre mais de 120 plumas de metano em quatro continentes, incentivando ações para reduzir as emissões.
O PNUMA também liderou a criação de sistemas de alerta precoce para desastres relacionados ao clima em seis países: Ilhas Cook, Ilhas Marshall, Niue, Palau, Timor-Leste e Tuvalu. Alguns desses sistemas estão em funcionamento, incluindo um sistema de previsão baseado na web que alertou os habitantes das Ilhas Cook sobre inundações costeiras durante uma tempestade em maio. O PNUMA está implementando projetos semelhantes em outras 19 nações, como parte de um esforço mais amplo da ONU para garantir que os sistemas de alerta precoce protejam todos na Terra até 2027.
No que se refere à natureza, o PNUMA está liderando esforços para proteger, restaurar e gerir de forma sustentável o mundo natural. Muitos dos esforços do PNUMA em 2023 se concentraram em ajudar os países a implementar o Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal (GBF).
O PNUMA também continua a trabalhar na questão da poluição e dos resíduos, acolhendo o Comitê de Negociação Intergovernamental sobre Poluição por Plásticos. A Coalizão Clima e Ar Limpo, convocada pelo PNUMA, ajudou 50 países – incluindo Camboja, Quênia, Paquistão, Nigéria e Tailândia – a avançar com planos nacionais para reduzir poluentes de curta duração, como metano e hidrofluorcarbonos, que contribuem para as mudanças climáticas e a poluição do ar. Em setembro, o mundo concordou com o Marco Global sobre Produtos Químicos, um acordo histórico para proteger as pessoas e o meio ambiente da poluição química. O PNUMA gerenciará um fundo fiduciário dedicado para apoiar o marco.
"Estão sendo feitos progressos. A grande tarefa pela frente é acelerar esse progresso para que ele se mova mais rápido do que a intensificação da tripla crise planetária", disse Inger Andersen, diretora-executiva do PNUMA, na divulgação do Relatório Anual.
"Como principal autoridade global em meio ambiente, o PNUMA irá trabalhar incansavelmente para ajudar a fazer isso acontecer – por meio da implementação de tecnologias digitais para fornecer ciência relevante e voltada para o futuro, impulsionando a implementação dos acordos ambientais multilaterais que tornam a mudança possível e apoiando os Estados-Membros a promover a estabilidade climática, viver em harmonia com a natureza e forjar um futuro livre de poluição", ela acrescentou.
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